Transplante de cabelo

A calvície é uma condição que afeta grande número de homens. Mulheres, embora em menor número, também são afetadas pela diminuição do número e espessura dos fios de cabelo. Sabe-se que 70% dos homens e 15% das mulheres apresentarão, em alguma fase da vida, certo grau de calvície. Há muitas causas para a queda de cabelo, incluindo problemas de tireóide, insuficiência de proteínas na dieta, estresse, diabetes, certos medicamentos e tratamento contra o câncer. Muitas destas causas são reversíveis; outras, no entanto, podem ser permanentes, como as geradas por acidentes, cirurgias, doenças inflamatórias e infecções do couro cabeludo. Uma das mais comuns causas de perda de cabelo, que é permanente, é a alopecia masculina hereditária, que pode iniciar-se já na adolescência.

Embora muitas pessoas não se preocupem com a perda de cabelo, outras podem se preocupar muito, gerando estresse e alterações do comportamento e autoestima. Perucas podem ser satisfatórias para algumas pessoas, mas artificiais e de difícil manejo para outras. Produtos para aplicação tópica ou uso oral podem ter sua indicação, mas geralmente limitada. Isto porque geralmente estacionam ou retardam o processo, porém não fazem crescer cabelo. Fios artificiais demandam um cuidado exaustivo do paciente, não crescem e geram reações inflamatórias muitas vezes intensas, podendo inclusive gerar cicatrizes inestéticas permanentes. Porém, uma solução eficiente e permanente para tratamento da calvície pode ser atingida através de um procedimento chamado enxertia capilar (ou “transplante” de cabelo), que pode ser feito juntamente com redução da área calva, em alguns casos.

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Pós-Operatório Imediato

Saiba mais

Antes da cirurgia, médico e paciente discutem o que realisticamente pode ser esperado, assim como riscos e complicações. Uma história médica completa, o tipo de anestesia e o procedimento são também discutidos. Algumas instruções pré-operatórias incluem a descontinuação do uso de certos medicamentos como drogas que contenham aspirina/AAS, assim como parar de fumar. Um xampu antisséptico deve ser usado na véspera e antes de ir para o hospital.
O procedimento consiste em remoção de um fuso de couro cabeludo da região posterior e ou laterais da cabeça, cortá-lo em pequenas tiras com ajuda de um microscópio e separar destas tiras os enxertos contendo unidades foliculares de 1, 2, 3 ou até 4 fios, e introduzi-los na região calva. A linha anterior recebe os enxertos com unidades foliculares predominantemente de 1 fio, tornando-a natural e refinada.

Após a cirurgia, geralmente não utilizamos nenhum curativo. Um desconforto ou dor leve podem ocorrer geralmente na área doadora, e são controlados com analgésicos comuns. Algum grau de edema pode ocorrer ao redor dos olhos até três dias após a cirurgia. Compressa gelada nos olhos e dormir com a cabeça levemente elevada podem minimizar estes problemas. Algumas crostas podem estar presentes na área dos enxertos, e cairão espontaneamente. Não tente removê-las, pois alguns enxertos podem ser removidos junto.

O cabelo começa a crescer após a cirurgia, e cai cerca de um mês depois. Após três meses, começa a crescer novamente, na mesma taxa que crescia no local que foi removido, cerca de 1 cm por mês. Mais que um procedimento, eventualmente vários, poderá ser necessário para aumentar a densidade e refinamento da linha anterior.
Se você está interessado (a) em saber mais sobre a cirurgia de enxertia capilar ou “transplante” de cabelo, entre em contato conosco por telefone, email ou facebook, e nós teremos o prazer de responder às suas perguntas. A seguir, respondemos as perguntas sobre este tópico que mais nos são feitas:

01) PERCO MUITO CABELO DIARIAMENTE. ISTO É NORMAL?
O cabelo, à semelhança das unhas, cresce durante toda a vida. Este crescimento é cíclico (cerca de 1 cm por mês) e intercala com perda de cabelos. Das três fases de crescimento e desenvolvimento, a fase anágena é a de crescimento e a telógena a de repouso. A catágena é a de transição. Os cabelos, no couro cabeludo, podem estar em diferentes fases. Geralmente os cabelos que caem estão na fase de repouso. Esta quantidade geralmente é de 60 a 70 fios por dia, podendo chegar a 100 fios por dia. Quantidade maior é considerada anormal.

A fase anágena dura de 2 a 6 anos é a fase em que o cabelo cresce. Geralmente 90% dos fios do couro cabeludo de um adulto estão nesta fase. A fase catágena, que vem em seguida e tem curta duração (uma a duas semanas), é caracterizada pela interrupção do crescimento e atrofia da parte profunda do folículo. Cerca de 1% dos fios estão nesta fase. A fase telógena, que segue a catágena, é a de repouso, na qual não há crescimento. Cerca de 9% dos fios estão nesta fase e dura de 3 a 6 meses. É nesta fase que o fio cai, e então novo fio cresce no lugar, dando início à nova fase anágena. E novo ciclo se faz.

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2) O QUE É A CALVÍCIE?
É a rarefação capilar causada pela queda progressiva e acentuada de cabelo sem consequente reposição. Pode se iniciar na adolescência, ter períodos de queda mais acentuados intercalados com outros de estabilização e geralmente já está estabelecida após os 50 anos (e, se mantiver progressão, é mais lenta). De um modo geral, quanto mais cedo se inicia o processo de perda de cabelo, mais rápido ela é e maior será a área calva. Inversamente, quanto mais tarde se inicia o processo, mais lento ele será e menor área calva resultará.

3) POR QUE ELA OCORRE?
São inúmeras as causas, porém a mais comum é a genética (alopecia androgenética). Causas como stress, má alimentação, medicamentos, quimioterapia, diabete, etc, embora importantes, geralmente são temporárias.

A alopecia adrogenética é causada por fatores hereditários, do lado paterno, materno ou ambos. Um indivíduo pode herdar genes para a calvície de um lado e seu irmão não herdar do outro (por exemplo, o pai passa os genes da calvície para um filho e a mãe passa os genes da não calvície para o outro filho). Quando ambos os pais têm os genes, dificilmente os irmãos não serão calvos. Esta alopecia (androgenética) segue um padrão, que se inicia na região anterior (entradas), depois rarefação da região da coroa até, nos graus mais avançados, restar apenas cabelo na área ocipital e parietal (tipo “ferradura”). Esta classificação será explicada melhor em pergunta posterior.

4) POR QUE NA ALOPECIA ANDROGENÉTICA SE PERDE CABELO EM ALGUMAS ÁREAS E EM OUTRAS NÃO?
Conforme explicado na pergunta anterior, esta calvície tem um padrão e segue uma evolução. Isto ocorre porque os fios de cabelo localizados nas áreas citadas possuem receptores para um hormônio chamado dihidrotestosterona. Os fios das áreas ocipitais e temporais (posterior e lateral na cabeça, que não caem ) não possuem esses receptores. Este hormônio, se ligando a seus receptores, faz com que os fios se tornem cada vez mais finos (processo de miniaturização), até que caem e não voltam mais. Portanto os fios grossos que caem serão repostos, pois isso é um processo cíclico e natural. Porém o cabelo fininho, miniaturizado, não será reposto. Com o passar do tempo as áreas se tornam rarefeitas em cabelo e, dependendo do caso, evolui para maior ou menor grau, podendo haver ausência completa de cabelo nas áreas sensíveis ao hormônio citado. Dependendo do número de receptores do hormônio no cabelo mais rápido será sua queda (o que explica a calvície precoce), e dependendo da área de cabelo que apresenta estes receptores, maior será a extensão da calvície.

05) QUAL É O ESTADO DE EVOLUÇÃO DA CALVÍCIE QUE EU ME ENCONTRO?
Existe uma classificação para a calvície, que é baseada na extensão da ausência ou rarefação de cabelo. Ela varia desde um tipo de perda mínima ou discreta “entrada” (I) até o tipo VII, no qual a calvície é grande e há apenas uma faixa de cabelo remanescente, em forma de ferradura, estendendo-se desde um pouco acima das orelhas até a região posterior. O resultado desta cirurgia, é claro, depende e muito do estado evolutivo que se encontra o paciente. Muitas vezes o tratamento cirúrgico é associado ao clínico para obtenção de melhores resultados ou para tentar evitar a progressão da calvície. Seu médico lhe explicará detalhes sobre esta classificação e que tipo você se encontra.

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Classificação de Hamilton-Norwood para calvície masculina.
06) ESTA CIRURGIA PODE SER REALIZADA EM MULHERES?
Sim. A cirurgia de enxertia capilar pode ser realizada em ambos os sexos. O que ocorre é que o padrão de alopecia citado é masculino, ou seja, o aparecimento e evolução da calvície explicado na questão 5 é típica do homem. Isto se deve geralmente a ação hormonal (testosterona), que há em quantidade bem maior nas pessoas do sexo masculino. Nas mulheres, quando há escassez de cabelos, esta pode ser generalizada (a menos comum), padrão masculino (a segunda menos comum), e as mais comuns, cuja escassez atinge a região frontal extendendo-se para a região posterior e aquela onde é somente frontal, gerando como queixa a testa muito grande. São geralmente de origem genética, portanto se for pesquisado se encontrará na família casos semelhantes. A indicação da cirurgia será feita após exclusão de outras causas (stress, má alimentação, alopecia cicatricial, uso de medicamentos, eflúvio telógeno ) e introdução de tratamento clínico, desde que haja área doadora com densidade capilar adequada para o procedimento. Se, por exemplo, a área occipital (doadora) for rarefeita (alopecia difusa), a cirurgia está contraindicada.

Nas mulheres, o crescimento é mais lento após a enxertia e o resultado final, que no homem é considerado em torno do oitavo mês, chega a um ano e meio. Peça a seu médico detalhes caso permaneça com dúvidas. Em alguma fase da vida, 70% dos homens e 15% das mulheres irão apresentar algum grau de calvície.

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Classificação de Ludwig para calvície feminina.

07) O QUE É EFLÚVIO TELÓGENO?
É uma queda de cabelo que ocorre quando muitos fios de cabelo entram na fase telógena ao mesmo tempo, e caem. Isso pode ser desencadeado por stress, medicamentos, quimioterapia, cirurgia (inclusive a de implante de cabelo). Pode ocorrer em homens e mulheres, embora mais comum em mulheres. Pode ser necessário o uso de prótese (peruca) no pós-operatório de mulheres, caso venham a apresentar eflúvio telógeno importante. O importante é que os cabelos do eflúvio telógeno crescem novamente, aparecendo no couro cabeludo após um intervalo de 3 a 6 meses após a queda, e crescendo cerca de 1 cm ao mês em seguida.

08) QUAL É O TRATAMENTO CLÍNCO PARA A CALVÍCIE?
São vários os tratamentos, porém inicialmente deve ser orientado uma boa alimentação e redução do “stress”. O cabelo é basicamente composto de proteína (queratina) e, portanto uma dieta rica em proteína, além das vitaminas do complexo B, cobre, zinco e ferro são importantes. A utilização de xampus a base de babosa ou jaborandi também são interessantes.

Dos tratamentos medicamentosos que dispomos para tratamento da calvície, os mais utilizados e que geram melhor resultado são o minoxidil e a finasterida. O minoxidil age melhorando o fluxo de sangue para o couro cabeludo, e com isso reduzindo a queda de cabelo. A finasterida tem sua ação na causa da calvície androgenética, pois bloqueia a ação do hormônio sobre os receptores que estão nos fios. Como impede o processo de miniaturização do cabelo, este pode voltar a nascer mais grosso, o que explica alguns pacientes terem a impressão de ter crescido mais cabelo. Outros tratamentos, como a mesoterapia e a carboxiterapia, também podem ser utilizados, porém com resultados menos significantes e com mais dificuldade de adesão por parte do paciente.

09) A FINASTERIDA TEM EFEITO IMEDIATO? POR QUANTO TEMO DEVO USAR? TEM EFEITOS COLATERAIS?
A finasterida deve ser utilizada por pelo menos 4 meses. Isto porque antes de 3 a 4 meses ela não faz efeito. Pouco mais de 10% dos pacientes não sofrem melhora com seu uso e, portanto, após a utilização por esse período, pode ser suspensa. Geralmente o paciente utiliza essa droga por vários anos, embora seu efeito dure em média de 4 a 5 anos.

Os efeitos colaterais são poucos. O mais temido, que é a impotência sexual, não pode ser atribuído ao medicamento. A diminuição da libido, estimada em 2% dos casos, está muito associada ao psicológico, principalmente se paciente lê a bula ou ouve comentários de amigos ou vizinhos. De qualquer forma, se isso vier a acontecer, é totalmente reversível em dois a três dias, com a suspensão do medicamento. Sua aplicação tópica, embora sem esse efeito colateral (não há efeito sistêmico), tem os inconvenientes de ser mais trabalhosa e bem menos eficiente.

10) AS FOTOGRAFIAS PRÉ E PÓS-OPERATÓRlAS SÃO IMPORTANTES?
Evidentemente. A única maneira de se avaliar o resultado obtido é a comparação entre as fotografias pré e pós-operatórias, realizadas sob condições fotográficas semelhantes nesses 2 períodos.

11) QUE TIPO DE ANESTESIA É UTILIZADA PARA A OPERAÇÃO?
Tanto a anestesia geral quanto a local associada à sedação podem ser utilizadas. O resultado final será o mesmo. É muito mais comum a realização com anestesia local.

12) NO QUE CONSISTE ESTA CIRURGIA?
Esta cirurgia consiste basicamente na remoção de cabelo de uma área (área doadora) e sua colocação em outra (área receptora). A área doadora é aquela que apresenta maior densidade capilar, geralmente as regiões occipitais e temporais (nuca e região acima e atrás das orelhas). As áreas receptoras são todas as com ausência ou rarefação de cabelos, que geralmente depende do estado de evolução da calvície.

13) COMO A CIRURGIA É FEITA?
Da área doadora retiramos os enxertos de cabelo, que contém o folículo piloso. Estes pequenos enxertos são, paulatinamente, transportados para as áreas receptoras através de minuciosa técnica que permite resultado bem natural. Para a confecção destes pequenos enxertos são utilizados microscópios, possibilitando a identificação das unidades foliculares de 1, 2 e 3 fios, exatamente como elas estavam na área doadora. Em seguida, estes enxertos com 1 fio, preferencialmente os mais finos, são colocados na linha anterior, sendo os mais grossos e em seguida os de 2 e 3 fios locados mais posteriormente. Com isso obtemos um resultado totalmente natural, sem os péssimos estigmas do transplante de cabelo mal executado, que será discutido em pergunta posterior.

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Utilização e microscópios para a confecção dos enxertos foliculares.

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Unidades foliculares prontas para serem implantadas

14) É POSSÍVEL O RESU LTADO SAIR ARTIFICIAL, COM CRESCIMENTO DE TUFOS DE CABELO COMO SE FOSSE UM CABELO DE BONECA?
Resultado deste tipo é inadmissível. Até hoje ainda vemos pacientes serem operados com resultados artificiais. Isto é devido à técnica ultrapassada e despreparo da equipe. Tufos, com até 10 fios de cabelo em um único enxerto, eram feitos com “punches”, uma espécie de lâmina de bisturi circular que removia uma rodelinha de couro cabeludo da região posterior da cabeça. Além de gerar alteração nesta área (doadora), com formação de halos claros cicatriciais sem cabelo, deixa na área receptora um estigma e artificialidade inaceitáveis. Detalhes da técnica, como enxertia fio a fio, manter certo grau de entrada nos homens e deixar a linha anterior irregular são alguns artifícios para manter naturalidade.

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15)HAVERÁ CICATRIZES? COMO ELAS FICARÃO? DESAPARECERÃO?
Existirá uma cicatriz na área doadora, cuja extensão dependerá da quantidade de cabelo que for proposta ser enxertada em cada caso. Nas áreas receptoras, embora haja incisão para a colocação dos enxertos, esta é mínima e geralmente não gera nenhum tipo de cicatriz. A cicatriz na área doadora sofre uma evolução (como uma cicatriz em qualquer outro lugar), o que a torna bem pouco aparente com o passar dos meses. Além disso, é uma cicatriz que está em área com cabelo, o que por si só já a torna inaparente.

16) QUANTO TEMPO DEMORA O ATO CIRÚRGICO?
É muito variável e depende do planejamento cirúrgico, da quantidade de enxertos, variando de 2 a 6 horas. No entanto, o que importa é o resultado obtido e não o tempo de cirurgia.

17) QUAL O TEMPO DE INTERNAÇÃO?
Geralmente um dia. O paciente tem alta no mesmo dia ou no seguinte ao da cirurgia.

18) SÃO UTILIZADOS CURATIVOS? COMO É O PÓS-OPERATÓRIO?
Não. Geralmente não são utilizados curativos e no dia seguinte a cabeça poderá ser lavada nas suas partes laterais e posterior (área doadora) com chuveirinho, após seu retorno com nossa equipe. A água deve ser com temperatura ambiente ou discretamente aquecida e o shampoo neutro. Haverá pequenas crostas na área receptora (onde foram colocados os pequenos enxertos), que sairão com o passar do tempo. Não tente removê-las, pois poderá remover os enxertos junto, havendo perda de resultado.

19) COMO É A EVOLUÇÃO PÓS-OPERATÓRIA?
Geralmente estes enxertos crescem nas primeiras semanas depois da cirurgia e caem em seguida, por volta da terceira a quarta semana. Isto leva uma certa frustração para aqueles pacientes desavisados. Não é o seu caso. O que importa não é o fio que caiu, e sim seu folículo piloso que permanece viável no local enxertado. Por volta do terceiro ao sexto mês volta a crescer, e cresce cerca de 1 cm ao mês, com as características de um cabelo normal da área doadora. Geralmente por volta do oitavo mês já apresenta crescimento satisfatório. Na mulher este tempo é maior, geralmente 1 ano e meio.

20) OS OLHOS FICAM OCLUÍDOS NO PÓS-OPERATÓRIO?
Não. Apenas recomendamos a aplicação de compressa de algodão ou gaze embebida em água fria ou soro fisiológico sobre os olhos, no primeiro dia de pós – operatório. Isto diminui a intensidade do edema pós-operatório na região dos olhos, que geralmente é pequeno.

21) HÁ DOR OU COCEIRA NO PÓS-OPERATÓRlO?
Dor raramente na área receptora. Na doadora poderá apresentar discreta dor, que poderá ser perfeitamente controlada com analgésicos comuns. Quanto ao prurido, pode ocorrer tanto na área doadora quanto na receptora, embora quando ocorre é bastante suportável. Dificilmente é necessário medicamento. É importante frisar para não coçar a área receptora, pois junto com a crosta presente está o enxerto.

22) QUANDO SÃO RETIRADOS OS PONTOS?
Haverá pontos apenas na área doadora, que podem ser removidos a partir do décimo dia.

23) O RESULTADO DA CIRURGIA COMPENSA? VAI CORRESPONDER ÀS MINHAS EXPECTATIVAS?
Compensa claro. Porém é importante frisar que o resultado depende e muito da evolução da sua calvície (questão 5). Sempre haverá melhora, porém se a calvície for avançada e você estiver com expectativa de obter uma “cabeleira” abundante, seguramente você não ficará satisfeito. Lembre-se que é uma cirurgia em que retiramos cabelo de uma área (doadora) e colocamos em outra (receptora). Quanto maior a desproporção entre elas, mais pobre será o resultado, pois mais áreas teremos que cobrir com menos “material” para isso. Num extremo, por exemplo, em pacientes totalmente calvos, esta cirurgia não seria possível. Costumamos dizer que o paciente ficará o menos calvo possível de forma mais natural.

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Pós-Operatório Imediato

24) PODEREI NECESSITAR DE OUTRAS SESSÕES (CIRURGIAS) PARA INCREMENTO DO RESULTADO?
Sim. É até indicado, em alguns casos, mais de uma cirurgia. Isto porque há sempre uma distância mínima entre os enxertos e com mais de uma cirurgia conseguimos aumentar a densidade de cabelo numa determinada área. Em casos de calvície discreta e áreas com apenas rarefação e não ausência de cabelos, podemos obter resultados excelentes com apenas um procedimento. No caso de outro procedimento, geralmente é realizado um ano após o anterior. No caso de mulheres, o intervalo geralmente é maior, em torno de 15 meses.

Também devemos salientar que a remoção da área doadora é limitada. Podemos aumentar o comprimento da fita a ser removida, extendendo-a para as regiões temporais, porém esse comprimento é limitado. Quanto à largura, tem que ser uma compatível com a possibilidade de fechamento desta área sem tensão. Portanto, a quantidade de enxertos que serão confeccionados é limitada, e se a área receptora é grande novo ou novos tempos cirúrgicos se farão necessários.

Lembrar também que a calvície hereditária é progressiva, e que por isto nova cirurgia poderá ser indicada em área antes coberta por cabelo e que perdeu densidade.

25) Ouvi dizer a respeito da técnica FUE. O que vem a ser esta técnica e quais suas vantagens e desvantagens?
A técnica descrita até agora é chamada de FUT (Transplante de Unidades Foliculares), na qual removemos um fuso de pele da região posterior da cabeça (ocipital) e o levamos para o microscópio, onde separamos as unidades foliculares a serem implantadas. Na técnica FUE (Extração de Unidades Foliculares), a remoção das unidades foliculares se dá por intermédio de um bisturi circular (“punch”) extremamente fino (menos de 1mm de diâmetro), que extrai apenas uma unidade folicular isolada de cada vez, que será em seguida colocada na área receptora. Esta técnica não permite grandes enxertias, e tem de vantagem maior a inexistência de cicatriz na área doadora, pois as microincisões do bisturi circular são mínimas e não se tornam visíveis.

RECOMENDAÇÕES SOBRE A CIRURGIA DA CALVÍCIE
(CIRURGIA PLÁSTICA DE “TRANSPLANTE”DE CABELO)

A) CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS:
O bom resultado de uma cirurgia depende muito do próprio paciente, por isso preste atenção em alguns itens que você deve seguir.

Se você é fumante, seria interessante interromper este hábito por pelo menos duas semanas antes da cirurgia. O cigarro interfere com a boa oxigenação dos tecidos e atrapalha a cicatrização.

Não fazer uso de anti-inflamatórios tipo aspirina/AAS por pelo menos duas semanas antes da cirurgia. Informar ao seu médico todos os medicamentos que você está fazendo uso.

Evitar exposição solar prolongada por pelo menos duas semanas antes da cirurgia.

Fazer uso oral de arnica – glóbulos CH6. É encontrada em farmácias homeopáticas e deve ser iniciado seu uso dois dias antes da cirurgia, cinco (5) glóbulos via oral quatro(4) vezes ao dia.

Vitamina C (ácido ascórbico). Tomar 500mg três vezes ao dia. Iniciar dois dias antes da cirurgia.

No dia anterior ao da cirurgia e no dias da cirurgia você deve tomar banho com xampu antisséptico (ex. soapex), esfregando suavemente o couro cabeludo, face e o pescoço.

Jejum antes da cirurgia de cerca de oito horas. Se a cirurgia for marcada para de manhã cedo, não tomar café da manhã, se à tarde tomar somente o café da manhã e se no final do dia, somente almoçar.

Lorax 2mg ou dormonid 15mg ou Stilnox. Este medicamento será entregue para você num dos retornos, não será necessário providenciá-lo. Tomar um comprimido às 22hs da noite anterior se necessário. Não dirija sob efeito destes medicamentos. Alguém da família ou amigo (a) deve acompanhá-lo (a) até a clínica/hospital.

Comunicar qualquer anormalidade que possa lhe ocorrer, quanto ao seu estado geral até a véspera da internação.

B) CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS:

No mesmo dia da cirurgia você somente sairá do leito quando estiver bem acordado (a). Geralmente é liberada dieta leve e líquida após a cirurgia, dependendo, claro, do seu estado de sonolência e apetite. O soro na veia permanece por pouco tempo, até você se alimentar. Poderá ir embora para casa depois de estar bem acordado, ter se alimentado e deambulado um pouco. Nos primeiros três dias é interessante deitar com a cabeceira um pouco elevada, em torno de 30 graus. Isto melhora o edema facial.

Orientamos limpeza da cabeça com shampoo neutro a partir da reavaliação feita após o retorno de pós- operatório, com chuveirinho e água na temperatura ambiente ou um pouco aquecida, podendo esfregar de leve a região lateral e posterior do couro cabeludo, porém sem esfregar a área receptora.

Compressas nos olhos com algodão ou gaze embebida em soro fisiológico ou água filtrada frios devem ser feitas várias vezes ao dia, no primeiro dia.

Para facilitar a eliminação das crostas é interessante a aplicação de óleo mineral no local, por alguns minutos, antes do banho, a partir do décimo dia. No entanto não se deve removê-las mecanicamente, deixe-as caírem naturalmente.

Os pontos são retirados após o décimo dia.

A alimentação é normal, devendo ser dado preferência para alimentos leves nos primeiros dias após a cirurgia. Frutas e sucos são recomendados.

Cigarro é desaconselhado, tanto antes como depois da cirurgia. Porém se você fuma e não consegue abandonar este vício, deve pelo menos se abster por duas semanas após a cirurgia.
Manter o uso da arnica – glóbulos por cerca de um mês após a cirurgia (5 glóbulos 4 vezes ao dia).
Manter o uso da vitamina C(500mg via oral 3 vezes ao dia), por pelo menos 2 semanas.
Fazer uso de anti-inflamatório que lhe será prescrito por 5 dias (a receita lhe entregue no momento de sua alta).

Fazer uso de Finasterida 1mg 1 vez ao dia por tempo indeterminado. Se houver diminuição da libido, que pode ocorrer raramente, interrompemos o uso do mesmo.

Aplicar Minoxidil 5%, 30 gotas, espalhando e massageando gentilmente em todo o couro cabeludo, duas vezes por dia, após o primeiro mês de cirurgia. Geralmente utilizamos por um período de três meses.

Evitar esporte físico por dois a três dias após a cirurgia. Atividade física rigorosa, exercícios físicos intensos ou os que envolvem contato físico ou risco de contato físico devem ser evitados até que as crostas caiam completamente, que geralmente é entre a primeira e a segunda semana. Atividade sexual pode ser realizada com cuidado a partir do segundo dia de pós-operatório.

Qualquer dúvida não hesite em perguntar.